Day 29!! — The person that you want tell everything to, but too afraid to
Que salto que eu dei, heim!
Resolvi dar uma adiantada em alguns dias, até por conta da minha viagem pra Porto Alegre amanhã, e pra isso resolvi não seguir uma ordem exata. Vou escrever pra quem eu tenho vontade na hora em que me der na telha. Claro que é sempre mais cômodo e prático seguirmos um cronograma pré-estabelecido, ainda mais pra mim que sou uma pessoa deveras estabanada. Vou tentar seguir a ordem na medida do possível, mas confesso que sinto necessidade de escrever esse tal ‘day 29’ hoje – nem que eu reescreva depois, ou dedique pra outra pessoa daqui há... 28 dias?!
Quem será a pessoa pra quem eu quero falar tudo, mas tenho medo? (E preciso perder o medo pra poder falar, né?). Acho que pelos meus últimos posts não é muito difícil de adivinhar, não é verdade? Hoje, madrugada [quando comecei a escrever, mas preferi publicar o dos meus pais primeiro, por isso que este 'breve' texto inacabado está sendo colocado aqui só agora] do dia 23 de Julho de 2010, véspera do aniversário do meu pai [já é dia 24, Papai, Parabéns! Pena que vou pra Porto Alegre hoje e ficaremos longe!], graças a Deus não é dele que eu quero falar.
O escrito de agora tem tom de angústia. De angústia, de tristeza, de sentimentos ruins que com a graça de Deus vão passar e que daqui a algum tempo me farão apagar estes posts e guarda-los secretamente em alguma pasta aqui do computador, onde eu não possa vê-los e me recordar dessa fase ruim que eu só quero que passe.
Quero celebrar minha viagem pra Porto Alegre como o fim disso tudo, como a busca por virar a página finalmente e esquecer tudo isso que vem me atormentando, me angustiando e me fazendo mal. Quero muito me reerguer, ficar bem, sorrir novamente, mas não tem sido fácil.
Primeiramente gostaria de me desculpar, porque essa cartinha não vai ter aquele tom bonitinho romântico mimimi do ‘day 2’, embora seja pra mesma pessoa! Nas próximas linhas estão contidas cenas de mágoa, tristeza e uma elevada dose de complexos, que toda mulher tem! Se você que está lendo não gosta ou não se sente preparado para tal, aconselho a parar por aqui.
Vamos lá:
O problema, meu amigo destinatário, não é você, pode acreditar. Não estou te desdenhando, de fato gosto bastante de você, estou muito triste por toda essa situação, adoraria que fôssemos felizes pra sempre e que você viesse me buscar num cavalo branco, mas tenho consciência de que você é só mais um cara. Um cara como tantos outros, por quem eu tive uma paixãozinha e daqui a pouco vou esquecer, tocar pra fé e remar, como diria LH. E a escrita tem sido meu principal instrumento de desabafo enquanto isso não acontece.
O problema aqui é outro: é a minha autoestima ferida, estraçalhada, reduzida ao nada. São meus constantes pensamentos tentando adivinhar quais seriam estes conceitos indispensáveis pra que você se interesse por alguém, e sempre matutando coisas que me colocam pra baixo.
Eu sou legal, sou simpática, tento ao máximo controlar minha insegurança, sou bem pouco ciumenta [falar da minha amiga também foi demais, não acha?] e tenho vários outros defeitos que eu aprendi a moldar super pra conseguir te agradar e ficar com você (o que acabou me fazendo muito bem, por sinal, eu nunca pensei que pudesse vencer tantos obstáculos internos e isso eu quero manter), mas me falta algo que pelo que você me diz superficialmente pra você é essencial: eu não sou do tipo físico que te agrada, e isso me fere muito.
Me magoa pensar que você não é capaz de se interessar por mim porque por mais que eu seja legal, simpática, inteligente, modesta e humilde rs, dentre muitas outras qualidades, eu não sou alta, nem branquinha, nem tenho cabelo liso/loiro. Sabe, eu quero e preciso acreditar que se a gente não está junto é por características da minha personalidade, que a gente não se bate, não tem química, não combina e pronto... mas uma pulguinha na minha consciência cisma em dizer que além disso é porque você não se permitiu gostar de mim porque eu não pertenço ao padrão de beleza X.
Essa pulguinha tem seus motivos pra achar isso. Quantas vezes você não salientou o quanto eu era diferente de todas as outras que passaram pela sua vida? O quanto sua ex era bonita por atender a essas características? Talvez você não tenha feito intencionalmente, mas tudo isso foi colocado pra mim a uma certa altura do campeonato como se ser morena, baixinha do cabelo crespo fosse um defeito irremediável. No fim, pra fechar com chave de ouro o festival de pérolas que derrubaram minha auto-estima, veio a gota d’água: seu comentário desnecessário sobre a minha amiga.
Aprenda uma coisa, meu caro amigo, e isso não vale só pra mim, é pra qualquer mulher: elogie todas – as Panicats, as capas da Playboy, até as ‘protrancas’ que estudam/trabalham com você. A gente não liga, até porque na maioria das vezes elas não são palpáveis pra um reles mortal como você. Algumas podem até ficar com ciúmes, mas não é nada muito significativo. Elogie todas, todas mesmo, até se cansar, menos as do nosso convívio. Quer coisa mais constrangedora do que olhar pra sua amiga que estuda e trabalha com você e saber que o homem por quem você está apaixonada acha ela potencialmente mais interessante do que você? Se eu soubesse que tudo acabaria assim, teria evitado ao máximo tudo isso. Mas já foi, serve de aprendizado.
/eu ainda não terminei de escrever. Talvez eu nem termine. Talvez eu apague tudo isso daqui há um tempo, e guarde em alguma gavetinha tão secreta que eu nem lembre onde esteja. Talvez eu continue a escrever, se a mágoa persistir. Talvez eu reescreva este dia dedicando-o a outra pessoa.
PS: geógrafas não usam jaleco, mas você pode ter certeza que foi a última madrugada que eu chorei por causa disso.
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