Bem… grande parte do que eu sou em termos de caráter e valores eu devo a vocês. Por mais que haja mágoas, rancores, eu amo vocês demais. Mas não posso negar que tenho uma quedinha especial pelo meu pai: lembro-me dele chegando cansado do trabalho aos domingos e indo brincar comigo, me dando atenção, já que praticamente não nos víamos muito durante a semana. E até hoje é assim. Quando eu estou na casa de vocês, que já não é mais minha casa, ele chega do trabalho e a primeira coisa que faz é ir me ver, saber como foi o meu dia, o que eu estou passando.
Eu entendo que as pessoas têm jeitos diferentes, mãe. E o nosso realmente é muito contrastante. Às vezes sinto que você é minha avó, tamanho o choque de gerações que você impõe. Durante muito tempo sofri por não poder partilhar as coisas da minha vida com você, por conta dos seus pensamentos retrógrados. Peço desculpas porque já menti muito nessa vida, pra coisas bobas. Mas se eu não mentisse, iria viver muito menos do que vivi. Não me arrependo, de nada. Mas sinto falta de um relacionamento mãe-e-filha que nunca existiu, e parece que não vai existir. Nunca vamos nos complementar, sempre vamos bater de frente. Mas se é assim que eu tenho que te aceitar, é assim que eu te amo.
Amo muito vocês. ;**
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