terça-feira, 3 de agosto de 2010

Day 6 — A stranger

Você não sabe como é complicado, depois de tantas expectativas, de tantos sonhos, de tantos desejos, de tantas vontades, de tantos planos, traçar essas linhas e chegar à conclusão de que você foi apenas uma verdade inventada, de que a ‘letter to a stranger’ tem destinatário certo: você. E acho que escrever para um estranho conhecido deve ser uma sensação bem pior do que escrever para um estranho qualquer, visto que tudo o que eu senti/sinto por você terá que ser guardado numa gavetinha pequenininha denominada ‘saudade’.

Pensei em escrever pro seu amigo perguntando como você está, mas depois de perceber que simplesmente você não me quer na sua vida eu desisti de manter qualquer tipo de contato. Não sei se você lê isso aqui, eu devo ter sido tão insignificante na sua vida que você nem deve se dar a esse trabalho, então creio que eu posso escrever da forma que eu achar melhor, né?

Também não sei se você me bloqueou permanentemente ou me deletou do msn, mas o fato é que não vou procurar saber. Não vale a pena. Não vou me fazer de forte, porque é recente e eu ainda sofro por sua causa, mas o impacto inicial já passou e creio que daqui há algum tempo tudo o que restou aqui dentro vai passar também, e eu estarei novamente bem como quando nos conhecemos.

Você entrou na minha vida numa tarde ensolarada de ócio sem sequer pedir licença. Nos primeiros instantes eu te achei um tanto quanto arrogante, impressão que foi quebrada praticamente na mesma hora, quando começamos a conversar e eu observei alguns traços parecidos na nossa realidade. Pronto, você havia me conquistado.

Todos os dias conversávamos. Era bom, deixava meu dia mais feliz. Nossas realidades se complementavam, muita coisa era parecida mesmo. Até havia esquecido como te achei metido num primeiro instante.

Durante um certo tempo soubemos de todos os compromissos, rotinas, conquistas um do outro. Você completava meu dia, me fazia feliz mesmo na distância. Sua preocupação, seu desejo de querer me proteger, seu modo de colocar suas idéias, tudo isso me fascinava, me fazia muito bem. E eu sempre tentei, com todo o meu coração, fazer o mesmo bem a você. Cada pequena lembrança sua, cada conversa, cada palavra, significou muito pra mim. De verdade. Tanto que dói fisicamente falar de você.

Talvez daqui há um tempo eu descubra que confundi as coisas, que deixei o sentimento ir mais além do que deveria. E que talvez se eu não tivesse me apaixonado, pudéssemos ser bons amigos naturalmente, como tudo levava a crer que seríamos.

Mas como não foi isso o que ocorreu, estamos aqui hoje, você aí e eu aqui, voltando a ser os dois estranhos que éramos há três ou quatro meses atrás. Se comportando como se nunca sequer tivéssemos nos conhecido, como se não houvesse acontecido nada entre nós... ou talvez até pior do que isso, como se a única coisa que tivesse sobrado fosse mágoa, ressentimento ou simplesmente indiferença e desprezo de ambos os lados.

... é, acontece nas melhores famílias.

Quero finalizar dizendo que, apesar disso tudo, eu te desejo tudo de bom. Quero que Deus continue te iluminando, te dando saúde e paz e permitindo que você concretize todos os seus planos, sonhos e ideais. Acho que sempre vou querer o seu bem, mesmo você, atualmente, sendo um estranho.

Até qualquer dia.

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